Em 23 anos de atuação no Ceará, Projeto Tamar já salvou mais de 5 mil tartarugas marinhas


Na praia de Almofala, em Itarema, local onde fica uma das bases do projeto, diversas ações são feitas para conscientizar a comunidade sobre a preservação
Há 35 anos, o Projeto Tamar é referência nacional na preservação das espécies marinhas ameaçadas de extinção, com foco na proteção das tartarugas. De acordo com dados da organização, entre os anos de 2010 e 2015, o número de filhotes nascidos cresceu 86,7%. Desde sua criação, em 1980, o Tamar já protegeu mais de 20 milhões de filhotes.
A tartaruga, no início do projeto, era alimento dos pescadores, assim como seus ovos. “Hoje conseguimos melhorar essa realidade, ainda não conseguimos conter a prática, mas os casos diminuíram mais”, conta o coordenador do projeto no Ceará, Eduardo Lima. Atuando no Ceará desde 1992, o projeto Tamar tem seu foco nas cidades de Itarema e Acaraú, ambas no litoral oeste do estado.
O projeto possui 25 bases na região litorânea de nove estados: Ceará, Rio Grande do Norte, São Paulo, Santa Catarina, Pernambuco, Espirito Santo e Sergipe Bahia e Rio de Janeiro. As áreas são de desova, crescimento descanso e alimentação dos animais.
Tamar no Ceará
Nas áreas de preservação do Estado, consideradas prioritárias, já foram salvas mais de 5 mil tartarugas. “Desenvolvemos vários projetos de educação e conscientização ambiental para a comunidade costeira do município. Não só para a preservação das tartarugas, mas dos animais marinhos no geral”, informa Eduardo Lima
Das sete espécies mundiais, o Tamar protege e pesquisa cinco, todas ameaçadas de extinção: oliva, de pente, cabeçuda,verde e de couro. “No Ceará, temos as cinco espécies ameaçadas, por isso o cuidado é redobrado”, esclarece. O coordenador pontua que o estado é uma das maiores áreas de alimentação do mundo para tartarugas, por isso a migração dos animais é constante.
“Para conscientizar as pessoas sobre a importância da preservação marinha, fazemos a soltura das tartarugas no oceano com a presença da comunidade. É uma forma de deixá-las mais próximas dos animais, sobretudo dos pescadores que ainda as apreendem para consumo próprio. Chegamos a fazer até café da manhã com eles e as tartarugas, para a mostrar a importância do animal”, esclarece. 
De acordo com o coordenador, a pesca com equipamentos irregulares é a principal responsável pela mortalidade e encalhe das tartarugas no mundo. ” No Ceará não é diferente. Estamos fazendo parcerias com alguns locais em Fortaleza para fazer um monitoramento”, diz.
Preservação que gera emprego e renda 
Na praia de Almofala, em Itarema, local onde fica uma das bases do projeto, diversas ações são feitas para conscientizar a comunidade sobre a preservação. ”São várias oficinas para crianças e adolescentes, programas de caráter sócio–ambiental e brigada ecológica”, explica.
Para os adultos, em especial as esposas dos pescadores, o projeto realiza capacitações  voltadas para o artesanato. “As mulheres fazem os produtos que são vendidos nas lojas do Tamar, tudo que é feito tem motivo de tartarugas”, pontua. Segundo o coordenador, cerca de 32 famílias são beneficiadas com as iniciativas do projeto. 
Na temporada de desova de 2013 e 2014, mais de  2 milhões de ovos foram protegidos pelo Projeto Tamar em todo o Brasil. Estima-se que 7.350 tartarugas fêmeas estiveram em processo de reprodução no último ano.

Via Tribuna do Ceará

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