Requerimento em tramitação na Assembleia do Ceará quer criar uma Frente Parlamentar emdefesa da vaquejada no Estado. Segundo o autor da proposta, deputado Danniel Oliveira (PMDB), a ação busca protestar contra decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que, no início de outubro, declarou inconstitucional a lei estadual da vaquejada.
Para o deputado, a decisão do STF foi “preconceituosa e equivocada”, prejudicando mais de 720 mil brasileiros que trabalham, segundo o deputado, com o esporte. “A vaquejada faz parte da cultura nordestina, influenciando na roupa que vestimos no dia a dia, nas gírias que usamos. É uma fonte de renda para milhares de brasileiros, principalmente os nordestinos”.
Danniel Oliveira, que divulgou ainda manifestação marcada para 25 de outubro contra a decisão, afirma que técnicas utilizadas no esporte estão “muito mais avançadas”. Hoje a vaquejada é um esporte seguro para todos, completamente ligado às famílias, com um ambiente saudável, e asseguro que não há mais maus-tratos aos animais”, diz.
Esporte polêmico
O pedido ganhou adesão imediata de alguns deputados, como Carlos Felipe (PCdoB) e Manoel Duca (PDT). Considerada manifestação cultural tradicional pela lei vetada pelo STF, a vaquejada é uma atividade competitiva onde dois vaqueiros montados a cavalo têm de derrubar um boi, puxando-o pelo rabo, entre duas faixas de cal.
Os ministros do STF julgaram inconstitucional a lei, que promoveria “crueldade intrínseca” contra os animais envolvidos. No processo, foram anexados laudos técnicos demonstrando consequências nocivas da prática aos animais, como fraturas nas patas e rabo, ruptura de ligamentos e vasos sanguíneos, e comprometimento da medula óssea.
O Povo