Campanha de vacinação contra a aftosa, é prorrogada no Ceará



A pandemia do novo coronavírus traz impactos para vários setores da atividade econômica. No setor rural, uma das consequências foi a redução da adesão à campanha de imunização contra a febre aftosa. Sem alcançar a meta de 90% de cobertura vacinal, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) atendeu à solicitação da Agência de Defesa Agropecuária do Ceará (Adagri) e autorizou a prorrogação do prazo para vacinação de 2 de dezembro para o próximo dia 19.


Nesta segunda etapa da campanha, apenas os animais de até 24 meses de idade devem ser vacinados. De acordo com a Adagri, são 950 mil bovinos e bubalinos. Esse total corresponde a cerca de 40% do rebanho cearense.

O mais recente levantamento da Adagri apontava que foram vendidas, até o fim de novembro, 780.363 doses do imunizante contra a febre aftosa, que corresponde a 82,1% dos animais em idade de serem vacinados.

A prorrogação do prazo dá ao governo estadual e aos criadores um fôlego de mais 17 dias para adquirir e vacinar os animais. A campanha começou no dia 3 de novembro passado e a declaração de imunização deve ser apresentada até o dia 5 de janeiro de 2021.

O diretor de Inspeção de Fiscalização da Adagri, Amorim Sobreira, reforçou a disponibilidade de vacinas nas lojas para atender à demanda dos criadores. “O produtor não precisa se preocupar, pois temos a quantidade de vacina mais do que suficiente, mais de um milhão de doses para 950 mil animais”, pontuou.

O coordenador estadual da Campanha contra a febre aftosa, Joaquim Sampaio, disse estar otimista e acredita que o Ceará mais uma vez “vai alcançar a meta estabelecida pelo ministério da Agricultura, pois os criadores estão conscientes de sua responsabilidade”.

Além do prazo para adquirir a vacina, os criadores devem atentar à declaração dos animais vacinados. Para respeitar as medidas de isolamento, a sugestão é que a declaração seja realizada de forma virtual, no Portal do Produtor, até o próximo dia 5 de janeiro.

Joaquim Sampaio renovou o apelo aos produtores lembrando que é “importante que eles participem da vacinação, declarem o rebanho que foi imunizado e façam a atualização do número de animais".

O criador Francisco Ailton de Oliveira é um dos que já vacinaram os animais, em Iguatu. “É a melhor maneira de proteger o gado e evitar pagamento de multa”, frisou.

O criador Mairton Palácio, diretor da Unidade de Pecuária de Iguatu (Upeci), mostrou o compromisso dos pecuaristas em manter a vacinação do rebanho. “Quando o Ceará obtiver o reconhecimento de região livre de aftosa sem vacinação vai favorecer a exportação de produtos lácteos e trazer ganhos para todos nós”, pontuou.

Quem não vacinar ou não declarar a vacinação é passível de multa, no valor de R$ 22,50 por animal. De acordo com a Adagri, o Ceará tem cerca de 2,6 milhões de bovinos e 1,4 mil de bubalinos.

O Ceará e outros Estados nordestinos vivem a expectativa de que, após as duas campanhas de vacinação em maio (quando todos os animais devem ser imunizados) e em novembro (apenas os de até 24 meses de idade) de 2021, possam obter o status de região livre de aftosa sem vacinação, inicialmente concedido pelo Mapa e posteriormente pela Organização Mundial de Saúde Animal (OIE).

O status de zona livre de aftosa sem vacinação vai impactar de forma positiva “as exportações de carne e de produtos derivados, favorecendo a economia regional e em particular os criadores”, pontua Sampaio.

Com informações do Diário do Nordeste.

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