China usa teste anal com cotonete para detectar Covid-19

 

Método passou a ser utilizado porque vestígios do vírus podem permanecer detectáveis por mais tempo em amostras fecais





Algumas cidades da China passaram a usar amostras de cotonete retiradas do ânus para detectar possíveis infecções por Covid-19. O novo método faz parte de uma série de estratégias que o país asiático adotou para conter os surtos da doença.

O exame anal requer a inserção de um cotonete embebido em solução salina de 3 a 5 centímetros no ânus, seguida de uma rotação suave. O recolhimento de amostras de cotonete é necessário no método de diagnóstico PCR.

Em Weinan, uma cidade ao norte da província de Shaanxi, um homem de 52 anos testou positivo para Covid-19 ao fazer um exame swab realizado no ânus após ter diagnóstico negativo para a doença a partir do mesmo teste feito na garganta. A pessoa havia sido colocada em uma instalação centralizada para observação médica no início deste mês, após contato próximo com outro infectado.

Em Pequim, testes anais foram realizados na semana passada em mais de mil membros da comunidade de uma escola primária, entre professores, funcionários e alunos, após a notificação de um caso de Covid-19 na região. Os testes também foram feitos no nariz e na garganta.

Passageiros de um voo de Changchun, capital da província de Jilin, para Pequim, foram instruídos nesta segunda (25) a desembarcar depois que autoridades descobriram que alguém de uma área considerada de alto risco para transmissão do vírus estava a bordo. Todos foram levados a um hotel onde os profissionais de saúde coletaram exames nasais e anais, disse um passageiro que pediu para ser identificado apenas por seu sobrenome, Wang.

Para autoridades locais, exames anais com o método swab também evitam a subnotificação de casos, já que vestígios de vírus em amostras fecais ou anais podem permanecer detectáveis por mais tempo do que em amostras retiradas do trato respiratório superior. De acordo com Li Tongzeng, representante do departamento de doenças respiratórias e infecciosas da cidade de Pequim, esses testes são exclusivos para grupos-chave, como pessoas em quarentena.

CRÍTICAS

Na internet, as reações sobre o exame variaram de medo a zombaria. "Não é muito doloroso, mas é super humilhante", afirmou um usuário da rede social Weibo.

"Eu fiz dois testes anais. No processo, eles também fizeram um swab da garganta. A cada vez, eu temia que a enfermeira se esquecesse de trocar o swab entre os dois", brincou outro usuário do Weibo.

A CCTV, considerada a maior rede de televisão da China, disse neste último domingo (24) que os testes retais não serão generalizados porque "não são práticos o suficiente".


Folha de S. Paulo

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