Jericoacoara: Após leilão, turistas pagarão até R$ 50 por ingresso

 Valor deverá ser cobrado pela empresa que vencer o leilão, previsto para ocorrer ainda neste ano



Com a previsão de leilão da gestão do Parque Nacional de Jericoacoara para 2022, além das mudanças estruturais que o local deverá receber, os turistas devem se preparar para outra novidade: pagar ingresso para entrar no parque.

Hoje, os visitantes já arcam com uma taxa municipal de turismo sustentável, de R$ 30 por sete dias de permanência, e, além desta, pagarão também uma entrada para acessar o Parque Nacional, que deve ser de até R$ 50.

Como o projeto que passará a administração do parque à iniciativa privada ainda terá algumas etapas pela frente, ainda não há como cravar como serão os detalhes do pagamento dos ingressos, mas os estudos de viabilidade preveem os valores.

"No estudo, o valor está de R$ 45. Mas o que vale é o contrato. No contrato, a gente tem um modelo como o do Parque de Iguaçu. O ingresso vai começar com um teto de R$ 50 pela entrada no primeiro ano", projeta Róbson Eneas de Oliveira, chefe de departamento da Área de Parcerias em Infraestrutura Social e Serviços Ambientais do BNDES, em entrevista a esta Coluna.

ISENÇÕES E INVESTIMENTOS

Ele pondera que haverá "uma série de isenções". Moradores e trabalhadores da vila, por exemplo, não pagarão ingresso.

"Hoje, Jeri é um dos poucos parques do Brasil, até por não ter infraestrutura, que não cobra ingresso. Essa será a principal fonte de arrecadação da empresa que vai gerir os serviços", explica.

Ele argumenta que a cobrança não exercerá grandes impactos para os visitantes, considerando o perfil econômico de quem passeio por Jeri. "O turista de Jericoacoara já gasta muito para chegar ali, então esse valor não é tão relevante para esse tipo de turista. Ele já tem que pagar uma pousada, o voo, o transporte", enumera.

O dinheiro dos ingressos será vital para que a empresa vencedora do leilão garanta os investimentos previstos na melhoria de infraestrutura e operação do Parque. A previsão é que, em 30 anos, seja investido o montante de R$ 1,2 bilhão.

MELHORIAS NA ESTRUTURA

Entre as ações previstas, a concessionária deverá fazer todo o cercamento do parque, construir uma portaria de entrada, fornecer infraestrutura básica nas principais atrações, contratar profissionais, investir no ordenamento e na preservação ambiental.

Oliveira explica que o concessionário tem deveres, medidos por indicadores de desempenho. "Se ele não bater determinadas metas, ele vai sentir diretamente no bolso. Um dos indicadores é a capacidade máxima de visitantes em cada atração do parque, ou seja, não pode deixar ter mais gente do que deveria em um determinado local. Se não houver esse controle, ele pode ser multado, sofrer sanções", comenta.


Diário do Nordeste

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