Eleições: Ciro Gomes perde pela primeira vez no Ceará

 Pedetista tem seu pior desempenho em uma eleição para presidente e vê triunfo do PT no estado


Pela primeira vez em uma disputa presidencial, o ex-ministro Ciro Gomes (PDT) não foi o candidato mais votado em seu reduto eleitoral, o Ceará. Essa foi a quarta vez que o pedetista disputou o cargo. Ao contrário do que aconteceu nas três primeiras, em 1998, 2002 e 2018, Ciro terminou na terceira posição

Com 100% das urnas apuradas no estado, ele teve 369.222 votos no estado, o que representa 6,8% dos votos válidos.

No Ceará, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) teve 65,91% dos votos válidos; e Jair Bolsonaro (PL), 25,38%.

Considerando os votos de todo o país, Ciro ficou em quarto lugar, com 3,04% dos votos, atrás de Simone Tebet (MDB), que obteve 4,16%, e o desempenho mais baixo que teve nas vezes em que disputou a Presidência. Lula e Bolsonaro, primeiro e segundo colocados respectivamente, vão ao segundo turno.

Em sua estreia no pleito presidencial, em 1998, Ciro Gomes, então candidato do PPS, atual Cidadania, recebeu 34,2% dos votos válidos no Ceará. Na disputa presidencial, ele ficou na terceira posição, com quase 11% dos votos, atrás de Fernando Henrique Cardoso (PSDB) e Lula.

Em 2002, ainda pelo PPS, Ciro obteve 44,48% dos votos válidos no Ceará. Na ocasião, o ex-ministro terminou a disputa nacional na quarta posição, com quase 12%, atrás de Lula, José Serra (PSDB) e Anthony Garotinho (PSB).

Ciro teve seu melhor desempenho na disputa nacional em 2018, quando conquistou 12,5% dos votos válidos, ficando atrás de Bolsonaro (na época, PSL) e Fernando Haddad (PT). Na ocasião, o pedetista obteve 40,9% dos votos no Ceará.

Trajetória de vitórias dentro do estado

A trajetória política do pedetista no Ceará é marcada por vitórias em eleições à Assembleia Legislativa do Estado, à prefeitura de Fortaleza, ao governo, e à Câmara dos Deputados.

Em 1982, aos 25 anos e em sua primeira disputa eleitoral, foi eleito suplente a deputado estadual pelo PDS (legenda sucessora do Arena). Ele assumiu uma cadeira na Assembleia como titular ainda em 1983, no primeiro ano do mandato, cargo que ocupou até 1988 após ser reeleito em 1986.

Ciro foi eleito prefeito de Fortaleza, em 1988, com 179 mil votos – pouco mais de 5 mil em relação ao segundo colocado na disputa.

Após menos de dois anos à frente da capital cearense, o ex-ministro disputou e venceu a eleição de 1990 ao governo do estado, com o apoio de 54,32% dos eleitores e mais de 1,2 milhões de votos. Novamente ele não concluiu o mandato, deixando o Executivo estadual para assumir o ministério da Economia no final de 1994, no governo Itamar Franco.

Em 2006 voltou a ser bem sucedido em uma eleição, após duas derrotas na tentativa de chegar à Presidência em 1998 e 2002. Dessa vez, Ciro foi o deputado federal proporcionalmente mais votado do Brasil, com 667 mil votos, 16,19% do total dos eleitores do Ceará. Ocupou o cargo por um mandato e não tentou a reeleição.

Em 2022, derrota também no governo estadual

Além da derrota na corrida pelo Planalto, Ciro também viu seu candidato ao governo do Ceará, Roberto Cláudio (PDT), não chegar ao segundo turno. Essa é a primeira derrota do grupo político do ex-governador em eleições ao Executivo do estado desde que o pedetista deixou o cargo para assumir o ministério da Economia, há 32 anos.

Com a ruptura da aliança local de 16 anos entre PT e PDT, o partido do ex-presidente Lula conseguiu eleger o candidato Elmano de Freitas (PT) no primeiro turno, com quase 54%. Cláudio ficou em terceiro lugar, com 14% dos votos.

A crise que gerou a divisão entre ex-aliados se deu após o PDT não indicar a atual governadora Izolda Cela (PDT) à reeleição, optando por Roberto Cláudio. Preterida, Izolda pediu sua desfiliação do partido. Ela era o nome apoiado pelo ex-governador Camilo Santana (PT).

Discordando da indicação de Cláudio, o PT anunciou a ruptura e lançou sua candidatura própria, com Elmano de Freitas, que saiu vencedor.

CNN

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