Dados do Google pode levar a mandantes do assassinato de Marielle Franco




A exoneração dos promotores do Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado (Gaeco), anunciada na última sexta-feira (13), representa um revés para o inquérito sobre a autoria dos assassinatos de Marielle Franco e de Anderson Gomes, cometidos em 14 de março de 2018.

Responsável pelas investigações do Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) sobre o duplo homicídio, o Gaeco se desfez justo quando queimava um dos últimos cartuchos para chegar aos mandantes: o cruzamento de dados digitais entregues pelo Google no recesso de fim de ano.

A remessa das informações encerrou uma longa e desgastante negociação com a Google americana, que relutava em fornecer dados sigilosos sobre seus usuários. Para dobrar resistências, o Gaeco então delimitou o campo de pesquisa. Traçou dois perímetros, com base na triangulação de antenas (ERBs), no local dos assassinatos, no Estácio, Zona Norte do Rio, e no local onde estava um dos principais suspeitos do mando do crime. Depois, reduziu a solicitação de clientes que pesquisaram na plataforma digital o nome de Marielle e outras combinações ligadas à vereadora dias antes dos crimes.

No momento, prevalecem três linhas de investigação sobre os mandantes. Todas estão relacionadas à atuação política de Marielle Franco, especialmente no campo dos direitos humanos e na questão fundiária. A vereadora pode ter esbarrado em interesses da milícia na Baixada de Jacarepaguá. Outra possibilidade é o crime de vingança, pela atuação do atual presidente da Embratur, Marcelo Freixo, quando era deputado estadual pelo PSOL e presidiu a CPI das milícias. Também não está descartada a hipótese de que a autoria se esgote no próprio executor, Lessa.

GC Mais

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