Grupo de WhatsApp de deputados do PL é suspenso após ofensas envolvendo cearenses, diz jornalista

 André Fernandes e Yury do Paredão estariam envolvidos. Briga teria sido motivada por divergências acerca da reforma tributária. Na votação da proposta na Câmara, a maioria do PL foi contra, mas parte da bancada foi favorável à proposta



Um grupo de WhatsApp com os deputados federais do PL teria sido suspenso após bolsonaristas ofenderem outros parlamentares que votaram a favor da reforma tributária, aprovada com ampla margem pela Câmara na semana passada.

As discussões teriam saído da esfera política o que, somado ao insucesso em apaziguar os ânimos, forçou uma liderança do PL a suspender o grupo. A informação é do blog da jornalista Andréia Sadi, do portal g1. Entre os que teriam postado ofensas estaria o deputado federal André Fernandes (PL-CE) e entre os ofendidos estaria o deputado federal licenciado Yury do Paredão (PL-CE).

A confusão teria ocorrido no último domingo, 9, e estourado após Fernandes resgatar uma foto de Yury ao lado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) durante visita do petista ao Ceará em maio deste ano.

Na época, Fernandes já havia soltado indiretas para Yury pela foto ao lado do presidente. "Deputado do PL que posa ao lado do maior ladrão da história do Brasil em foto tem que ser expulso imediatamente do partido", disse também Fernandes.

"É uma honra recepcionar o presidente Lula em Juazeiro do Norte, ao lado do Senador e Ministro da Educação, Camilo Santana, o governador do Ceará, Elmano Freitas, e o líder do Governo na Câmara, deputado Zé Guimarães”, escreveu Yuri na ocasião em que Lula esteve no Cariri.

Deputados falam em perseguição

Parte dos deputados do PL diz haver perseguição de bolsonaristas radicais desde a votação do arcabouço fiscal, quando vários parlamentares da sigla votaram a favor.

Ataques e perseguições estariam se intensificando desde a aprovação do projeto da reforma tributária, que contou com articulação do próprio Bolsonaro para que o PL votasse contra a medida na Câmara.

A ala mais ideológica do partido, ligada ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), teria liderado as ofensas. Além de Fernandes, o grupo inclui Gustavo Gayer (GO), Carlos Jordy (RJ) e Julia Zanatta (SC). Todos votaram contra a reforma. Já entre os ofendidos, estariam, além de Yury, Vinicius Gurgel (AP) e Luciano Vieira (RJ).

De acordo com a reportagem, Zanatta negou ter ofendido os deputados e disse que discordâncias são normais. O POVO entrou em contato com André Fernandes e Yury do Paredão para comentar o caso e aguarda retorno. A a matéria será atualizada caso haja resposta.

Na votação da reforma, a maioria do PL foi contra. No primeiro turno 75 parlamentares da sigla foram contra e 20 a favor. No segundo turno, o placar no PL foi de 74 contra e 18 favoráveis à reforma.

A aprovação se deu por ampla margem, com participação de outros partidos do Centrão, como União Brasil e Republicanos, o que demonstrou fragilidade de Bolsonaro, que articulava pessoalmente para evitar a aprovação do texto.


O Povo

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