Psicólogo conhecia mães em apps de relacionamento e as convencia abusar de crianças e filmar, diz PF


 

As mulheres suspeitas de abusar de crianças e filmar o crime a pedido de um psicólogo de Fortaleza não recebiam dinheiro pelo ato criminoso, segundo a Polícia Federal. Nesta segunda-feira (31), a PF cumpriu seis mandados de prisão e uma medida cautelar de afastamento no Ceará e no Rio de Janeiro contra os suspeitos de envolvimento no esquema. Entre eles, estão mães suspeitas de abusar dos próprios filhos.


As investigadas pela Operação Anêmona residem em Fortaleza, Maranguape, Juazeiro do Norte e Belford Roxo (RJ). Dos seis mandados de prisão, cinco foram contra mulheres suspeitas de abusar dos próprios filhos ou de crianças próximas. O sexto mandado de prisão foi contra o psicólogo, que está preso desde dezembro.

Os agentes também cumpriram seis mandados de busca e apreensão e uma medida cautelar de afastamento do lar.

Conforme a PF, o psicólogo conhecia as mulheres em ambientes virtuais, como grupos de aplicativos de mensagens ou apps de relacionamento. Ele iniciava o contato como em busca de relacionamento e, com o tempo, convencia as mulheres realizar e filmar determinadas práticas de abuso com as crianças, a maioria filhos delas.

"Como ele é psicólogo, ele começava falando de relacionamento. Quando adquiria uma certa confiança, ele entrava nessa questão. Ele não usava a palavra abuso", descreve a delegada Luciana Mota.

Segundo a Polícia Federal, esta foi a primeira investigação de rede de abuso no Ceará cujos principais suspeitos são mulheres envolvendo mulheres no Ceará.

A delegada destaca que das cinco mulheres detidas, apenas uma é suspeita de cobrar para filmar os abusos - as demais realizavam as filmagens por vontade própria e compartilhavam com o psicólogo, que publicava os conteúdos na chamada DarkWeb.

Psicólogo preso tinha mais de 12 mil arquivos de abusos

Conforme a Polícia Federal, a Operação Anêmona é um desdobramento da investigação que começou em setembro de 2022, em decorrência de publicações de um psicólogo usuário em fóruns da DarkWeb.

Em dezembro de 2022, o psicólogo foi preso em Fortaleza, na Operação Psique Sombria. Na ocasião, os agentes apreenderam na casa do suspeito um notebook, uma câmera fotográfica, HDs externos, cartões de memória, uma máscara, entre outros materiais. A partir deste conteúdo, as mulheres presas nesta segunda-feira (31) foram identificadas.

Ainda segundo a PF, no material apreendido com o homem foram identificados mais de 12 mil arquivos, dentre os quais havia registros de diálogos mantidos entre o aliciador e mulheres por este cooptadas para que praticassem abusos sexuais em face de seus filhos e outras crianças com quem mantivessem convívio, além de diversas mídias como vídeos, fotografias, documentos e outros elementos que retratavam de forma explícita os atos criminosos.

A polícia identificou seis mulheres, que serão indiciadas por estupro de vulnerável, satisfação de lascívia mediante presença de criança ou adolescente, além dos crimes previstos no Estatuto da Criança e do Adolescente, crimes com penas de até 45 anos de prisão.

A ação policial, com o objetivo de fazer cessar os abusos praticados pelas investigadas e resgatar as vítimas, tem o apoio dos Conselhos Tutelares de Fortaleza, Maranguape e Juazeiro do Norte. O nome dado à ação, “anêmona”, faz referência à anêmona-do-mar, animal que tem com uma de suas características não cuidar de seus filhotes. Os agentes seguem com as investigações.

As investigadas pela Operação Anêmona residem em Fortaleza, Maranguape, Juazeiro do Norte e Belford Roxo (RJ). Dos seis mandados de prisão, cinco foram contra mulher.


G1

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