O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou neste sábado (9) que o presidente da Rússia, Vladimir Putin, não vai ser preso caso visite o Brasil. O russo é alvo de um mandado de prisão emitido pelo Tribunal Penal Internacional (TPI) por crimes de guerra cometidos na Ucrânia. O Brasil é signatário do estatuto que criou a Corte e, portanto, precisa cumprir as ordens expedidas pela instituição.
“Eu posso dizer que, se eu for presidente do Brasil e ele for ao Brasil, não há por que ele ser preso. Ele não vai ser preso”, afirmou Lula em entrevista a um canal de notícias da Índia. O presidente está no país asiático para participar da cúpula do G20 — grupo das 19 maiores economias do mundo mais a União Europeia.
O presidente foi alertado de que o Brasil é signatário do Estatuto de Roma, que instituiu o Tribunal Penal Internacional, mas disse que Putin só vai ser preso caso haja autorização do governo brasileiro.
“Ninguém vai desrespeitar o Brasil. Se você prender alguém no Brasil sem a autorização do governo, você não vai estar respeitando o Brasil. As pessoas têm que levar a sério o Brasil e a sua independência”, afirmou Lula.
O presidente brasileiro falou sobre Putin ao ser questionado se espera que o colega russo vá ao Brasil no ano que vem para a cúpula do G20, que deve ser realizada no Rio de Janeiro. O chefe do Executivo federal comentou que conta com a presença de Putin, que ele será bem-vindo e encontrará um ambiente pacífico.
“Antes da cúpula do G20 [em 2024], vamos ter a cúpula do Brics na Rússia, e eu vou ao Brics. Acredito que o primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, também vai, que o presidente da China, Xi Jinping, também vai. E eu espero que eles venham ao G20”, comentou.
“No Brasil, eles vão sentir um clima de paz. Vão sentir que nós gostamos de música, carnaval e futebol, mas também gostamos de e de tratar bem as pessoas. Eu acredito que o Putin pode ir tranquilamente ao Brasil”, completou Lula.
Em março deste ano, o TPI emitiu um mandado de prisão do presidente russo. Putin está sendo apontado como responsável por diversos crimes de guerra, como deportação ilegal de crianças, transferência ilícita de pessoas do território ucraniano para a Rússia e danos à infraestrutura civil.