Padre Cícero é incluído no Livro dos 'Heróis da Pátria'

 


O líder religioso cearense vai ter o nome adicionado no livro que preserva o nome de figuras que marcaram a história do Brasil.




Cícero Romão Batista, o conhecido padre Cícero, é o mais novo herói da pátria brasileira. O cearense teve o nome incluído no Livro dos Heróis e Heroínas do Brasil, um documento que preserva os nomes de figuras que marcaram a história do país.

A proposta de pôr o nome do padim, como é chamado pelos fiéis, no livro foi sancionada pela Presidência da República nesta terça-feira (10). O projeto de lei, de autoria do deputado José Guimarães (PT), foi apresentado em fevereiro de 2020 na Câmara dos Deputados, onde foi aprovado em maio de 2023. O texto seguiu para o Senado, onde foi aprovado no dia 14 de setembro, e depois para a Presidência.

“Padre Cícero é tido como santo por uma imensa legião de fiéis espalhados pelo Brasil”, defendeu Guimarães. No Senado, o projeto foi relatado pelo senador Cid Gomes (PDT), que apontou que "a influência de Padre Cícero e seu reconhecimento como homem bom e caridoso foram sedimentados na cultura nordestina".

Conforme o Senado, o Livro dos Heróis e Heroínas "registra o nome e homenageia os brasileiros ou grupos de brasileiros que tenham oferecido a vida em defesa e construção do país com dedicação e heroísmo excepcionais".

O livro, na verdade, é uma escultura de metal. Por isso, é conhecido também como Livro de Aço. Ele foi inaugurado em 1989 e se encontra no monumento Panteão da Pátria, na praça dos Três Poderes, em Brasília.

Entre os nomes escritos no Livro de Aço estão Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes; o escritor Machado de Assis; José Bonifácio de Andrada, o patriarca da Independência; Alberto Santos Dumont, o pai da aviação; a estilista Zuzu Angel; e a revolucionária Anita Garibaldi.


Cícero Romão Batista, agora, se junta à seleta lista de cearenses - nascidos ou radicados no estado - homenageados nas páginas de aço:

o líder abolicionista Francisco José do Nascimento, o Dragão do Mar;

o beato Antônio Vicente Mendes Maciel, o Antônio Conselheiro, líder espiritual de Canudos;

a revolucionária Bárbara de Alencar, nascida em Pernambuco e radicada no Ceará, considerada a primeira presa política do Brasil

o português Martim Soares Moreno, considerado fundador do Ceará.

Nascido em 1844 na cidade do Crato, Cícero Romão Batista entrou para o Seminário da Prainha, em Fortaleza, em 1866. Em 1870, foi ordenado padre e voltou à sua terra natal. Em 1872, ele se tornou o capelão da Igreja de Nossa Senhora das Dores, no então povoado de Juazeiro.

Juazeiro cresceu e tornou-se independente do município do Crato. Padre Cícero foi seu primeiro prefeito. A fama de milagreiro e seus trabalhos sociais o tornaram um "santo popular". Hoje, Juazeiro é a terceira cidade mais populosa e a quarta mais rica do Ceará. E boa parte do crescimento do município se deve ao turismo religioso ligado à imagem de Cícero Romão.

Em 1969, foi inaugurada uma estátua em homenagem ao religioso. O monumento recebe anualmente cerca de 2,5 milhões de romeiros e visitantes. Apesar dos apelos populares, por anos a Igreja Católica foi oficialmente rompida com Cícero Romão por conta dos milagres atribuídos a ele.

Em 2015, mais de 80 anos após sua morte, em 1934, o Vaticano perdoou o padre. Em 2022, a Santa Sé autorizou o início do processo de beatificação do padre Cícero, que pode levar anos, mas que foi recebido com festa pelos fiéis.


G1

Postar um comentário

Os comentários são de inteira responsabilidade do autor, e não expressam necessariamente a opinião dos editores do blogger

Postagem Anterior Próxima Postagem