Opinião: Geração “nem-nem” pereniza Bolsa Família

 


Na coluna do dia 30 de outubro último, aqui foi destacado o grande negócio no Brasil chamado pobreza.

Em síntese, foi demonstrado como a demanda financeira pública bilionária gerou dependência cíclica entre grupos políticos, mercado e mais de 20 milhões de famílias. Íntegra: bit.ly/3sYi9Gd

Pois bem. Nesta semana, o IBGE soltou que quase 11 milhões de jovens entre 15 e 29 anos de idade nem estudam, nem trabalham. Os dados são de 2022.

A situação atinge mais pretos e pardos. Segundo o instituto, do total, mais de 61% dos “nem-nem” são pobres.

Vistos no conjunto, o “negócio da pobreza” e os dados do IBGE se comunicam e se retroalimentam.

Desenhando: sem escolaridade competitiva e fora do mercado de trabalho, milhões dos atuais jovens formarão famílias, com suas respectivas proles e, subempregados ou vivendo de bico, serão cadastrados no Bolsa Família.

Em verdade, há muitos casos de “filhos do Bolsa Família”, hoje emancipados em termos educacionais e econômicos.

Mas são índices residuais, diante do estoque de milhões de brasileiros que estão na reserva futura, como mostram os dados do IBGE.

Eis a raiz do problema. Atacá-lo seria muito melhor do que discursos palanqueiros, nos quais governantes comemoram recordes e mais recordes na quantidade de fichas da assistência social.

Vários tipos de prejuízo
Formação educacional e atuação profissional são os dois principais critérios definidores de indivíduos na sociedade.

Desse ponto de vista, é lamentável estarmos diante de uma geração parcialmente perdida. Mas há mais prejuízos.

É incomensurável o que o País deixa de produzir, intelectualmente ou com a força de trabalho mais convencional, quando mais de 10 milhões de pessoas não fazem nem uma coisa nem outra.

Sem mencionar o montante que o poder público – no caso, o contribuinte – tem de desembolsar para sair em socorro dos que não têm renda.


Por Erivaldo Carvalho / O Otimista

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