SUS deve incorporar vacina contra dengue ainda neste ano após decisão da Conitec


 

O Sistema Único de Saúde (SUS) deve contar a vacina contra a dengue incorporada ao seu calendário de vacinação ainda neste ano. A decisão partiu da Comissão Nacional de Incorporações de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (Conitec). Segundo o secretário de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos do Ministério da Saúde, Leandro Pinheiro Safatle, a comissão deve convocar reunião extraordinária até o final de dezembro para tomar a decisão.

A pasta de saúde nacional abriu consulta pública nesta quinta (7) sobre o tema. A Conitec, aliás, considerando o atual cenário epidemiológico, recomendou a incorporação do imunizante inicialmente para localidades e públicos prioritários a serem definidos pelo Programa Nacional de Imunizações (PNI). A definição deve considerar regiões de maior incidência e faixas etárias de maior risco para o agravamento da doença. O secretário explicou a necessidade de contar com o imunizante em tais localidades. “É um ponto importante a ser enfatizado porque ele faz parte dessa estratégia de buscar tecnologias que, de fato, atendam a um desafio de saúde como esse”. Sobre a celeridade do processo, Safatle comentou.

“É um rito regulatório rápido. Vai haver uma consulta pública agora e vai ser mais rápida. De 10 dias. O processo vai estar pronto para tomada de decisão rapidamente”, completou.

RECOMENDAÇÃO DE PREÇO E DOSES OFERTADAS

A comissão recomendou, ainda, uma proposta que visa a redução de preço pela fabricante. Apesar do desconto inicialmente oferecido, o valor por dose, de R$ 170, ainda é classificado como alto pelo Governo Federal. “Nesse preço, o valor é duas vezes maior que as vacinas mais caras incluídas no programa”, avaliou o ministério. A demanda para avaliação da tecnologia foi submetida pela empresa japonesa Takeda Pharma, fabricante da Qdenga. Nos dados avaliados pela comissão, foi verificada eficácia geral na redução da hospitalização em 84% dos casos de dengue.

“Para propor uma estratégia nacional, o Ministério da Saúde questionou o quantitativo de doses que poderia ser fornecido ao SUS. De acordo com o laboratório, poderão ser entregues 8,5 milhões no primeiro ano e um total acumulado de 50 milhões em 5 anos, o que impõe restrições no público a ser atendido”, informou o ministério.

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