O pré-candidato à Prefeitura de Fortaleza, Capitão Wagner (União Brasil), afirmou que as Eleições Municipais de 2024 não devem contar com três candidaturas do “campo do centro-conservadorismo”. Apesar da colocação do presidente do Diretório Estadual do União Brasil no Ceará, atualmente, além dele, outros dois pré-candidatos de tal campo já afirmaram o desejo de disputar o pleito: o deputado federal André Fernandes (PL) e o senador Eduardo Girão (Novo), ambos de direita. Segundo Wagner, que apontou o “cenário ideal” com apenas um candidato na disputa, ele vê possibilidade de um dos nomes “indicar o vice para o outro”, em uma possível composição de chapa.
“A tratativa com os demais candidatos é permanente. Eu converso bastante com o André e converso muito com o Girão. Eu não acredito, por exemplo, em um desistir para ser o vice do outro, mas acredito sim em um desistir para quem sabe indicar o vice do outro, para contemplar um projeto”.
Ainda conforme o ex-deputado federal, que hoje se considera de centro, ele acredita que o campo deve apoiar o nome que tenha “mais viabilidade para ser o candidato”. Segundo o presidente do União Brasil Ceará, tal “viabilidade” seria advinda de uma junção de fatores. “Não é só estar na frente nas pesquisas. É o candidato que tem tempo de TV, que tem chapa de vereadores, que conhece a cidade e que não tem uma rejeição tão alta. Se você tem mais pontos de intenção de voto, mas tem uma rejeição muito alta, isso também desfavorece”, completou.
Wagner pontuou que recentemente foi realizada uma pesquisa para saber a intenção de voto da população. “Incrivelmente, nós descobrimos que a cidade de Fortaleza se identifica mais de direita do que de esquerda”. O pré-candidato divulgou o resultado: “34% dos fortalezenses se dizem de direita, 23% se dizem de esquerda, 17% se dizem de centro e o resto não respondeu”.
“Isso mostra, inclusive, um mito que se divulga que Fortaleza é de esquerda. Eu acho que Fortaleza tem votado em candidatos progressistas porque viu, nesses candidatos, alguém que tenha capacidade, que tenha condições de resolver o problema da cidade”.
De acordo com ele, no entanto, tal resolução dos problemas não ocorreu. “Votaram em dois médicos [Roberto Cláudio e José Sarto, ambos do PDT], imaginando que iria melhorar a saúde, mas não melhorou. Então, a gente precisa, hoje, escolher um gestor com capacidade de melhorar a saúde, a infraestrutura e de ver as obras começarem e terminarem”.
CONVERSA COM DEMAIS PARTIDOS
Capitão Wagner apontou ainda que a conversa não se limita a André e Girão. “Hoje, a gente conversa com alguns partidos de centro de forma muito forte. Os presidentes têm até receio de divulgar que estão conversando comigo, então prefiro não divulgar”. Conforme ele, há possibilidade de ter aliança com integrantes de tal grupo. O pré-candidato citou, também, que partidos que integram o grupo que hoje comanda o Executivo estadual, do governador Elmano de Freitas (PT), podem ter lideranças cooptadas, inclusive para comporem como vice de sua chapa.
“Dentro daquele grupo tem gente que está insatisfeita. Você acha que todo mundo que está apoiando o Governo Elmano está satisfeito nesse momento? O Sarto não teve habilidade de segurar sua base, e quando o PSD foi para o grupo do Elmano, surgiu uma insatisfação muito grande. ‘Como pode o PSD que estava com o Roberto Cláudio vir para cá [Governo Elmano] ocupando espaço na gestão?’”, acrescentou.
O presidente do Diretório Estadual do partido citou que o tempo de TV durante o período eleitoral – que pode ser ampliado com as alianças políticas – “conta muito”. Ele lembrou que nas eleições passadas, para o Governo do Estado em 2022, ele teve pouco tempo, já que era filiado ao Pros. “Hoje, já tenho pouco mais de tempo, porque o União [Brasil] é muito grande. Vindo mais um partido, a gente terá um tempo quase dobrado em relação à eleição anterior”.