No Preá, Vila Carnaúba deve receber investimentos de R$ 285 milhões

 


Paraíso mundial do kite surf, a Praia do Preá, no município de Cruz, que faz limite com o de Jijoca de Jericoacoara, no Litoral Oeste do Ceará, ganhará em 2022 um projeto turístico que, unindo esporte, gastronomia e lazer, consumirá investimentos de US$ 50 milhões (R$ 285 milhões na cotação de ontem).

Essa montanha de dinheiro está vindo (o terreno onde o empreendimento será implantado foi comprado por R$ 8 milhões) de um Fundo de Ideias e de Terras criado por um dos fundadores da XP Investimentos. O projeto, batizado de Vila Carnaúba, é de autoria dos arquitetos Miguel Pinto e Sérgio Caldas. O advogado cearense Eduardo Juaçaba, neto do saudoso médico Haroldo Juaçaba, é um dos investidores..

A assessoria do Vila Carnaúba diz à coluna que o grupo investidor é integrado por “brasileiros de diferentes formações e de perfis multidisciplinares, envolvendo advogados, arquitetos etc com a ideia de desenvolver uma cidade turística planejada e sustentável, pautada na valorização econômica e social da população local.”

No site do Portal do Investimento, do Ministério do Turismo, constam várias informações sobre o projeto da Vila Carnaúba.

Por exemplo: a empresa empreendedora é a Flow City Brasil Empreendimentos Imobiliários Ltda. A área do terreno adquirido é de 515 mil m², dos quais 44.875 m² serão de área a ser construída. Cerca de 500 empregos diretos serão abertos durante a construção do empreendimento.

A data prevista para a conclusão dos trabalhos de construção da Vila Carnaúba é 31 de dezembro de 2022.

O projeto é descrito nos seguintes termos:

“O empreendimento se desenvolve com homogeneidade de ocupação ao longo dos 400 metros de extensão a partir da areia, e o programa de hospedagem estará baseado em duas principais tipologias: residencial e hoteleira, ambas idealizadas para atrair um público apaixonado por esportes radicais e natureza.

“Praticantes de kitesurf, esporte que tem cada vez mais adeptos no mundo e é praticado em Jericoacoara, os norte-americanos buscavam uma versão brasileira – e quente – dos modelos de vilas dos Estados Unidos atreladas a estações de ski, onde pessoas aptas ao trabalho remoto se hospedam por temporada.

“Com inserção ancorada em uma pequena comunidade de pescadores, o projeto do complexo brasileiro – baseado em um planejamento urbanístico de lenta implantação que preza pela integração da população flutuante com a local – é, em síntese, o de uma vila de caráter sustentável. 

“Mantendo o mangue, a vegetação e as dunas e aumentando as lagoas permanentes, a arquitetura se encaixa nas manchas existentes como forma de contemplação e respeito a esta área fundamental para a manutenção da flora e da fauna nativas.

“O trabalho remoto é o cerne do projeto, por isso, um grande edifício horizontal – centralizado no complexo e posicionado acima de uma lagoa – será o maior entre os quatro espaços de coworking. A ideia é que você saia do mar, faça uma reunião e volte para o mar.

“O conceito oriental wabi-sabi – que valoriza as imperfeições e acolhe o envelhecimento dos materiais naturais – orienta o design de todas as construções, tirando-se partido da arquitetura vernacular, com as suas paredes de taipa, e dos materiais naturais – palha de carnaúba, madeira, bambu, linho e fibras naturais – a serem providos por fornecedores das redondezas. Além dos insumos, mão de obra regional e artesãos locais devem participar da construção do início ao fim.”

Eduardo Juaçaba esteve recentemente reunido com o secretário do Desenvolvimento Econômico e Trabalho (Sedet) do Governo do Ceará, Maia Júnior, a quem deu uma explicação interessante a respeito do empreendimento do seu grupo na Praia do Preá:

Todo surgiu, disse Juaçaba a Maia Júnior, do modelo implantado nas montanhas dos Estados Unidos, da França, da Suíça e da Itália. No inverno, essas montanhas são cobertas de neve. Foi então que empreendedores daqueles países decidiram comprar terras nas montanhas, onde instalaram não só estações para a prática do esqui, mas uma grande infraestrutura de turismo, com hotéis, pousadas, gastronomia, casas de show, enfim, tudo de que precisam as cidades turísticas, as quais funcionam nas quatro estações do ano.

Na Praia do Preá, reconhecida como o melhor local do mundo para a prática do kite surf, o grupo de que fazem parte um dos fundadores da XP Investimentos (ele já deixou a empresa) e o cearense Eduardo Juaçaba pretende tirar proveito dessa dádiva da natureza, investindo num empreendimento que juntará toda a cadeia produtiva do turismo, incluindo a cultura: o projeto prevê a instalação de uma escola de gastronomia. 


Diario do Nordeste

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