Polícia prende CAC dono de arma usada por adolescente que invadiu escola e matou aluno em Sobral

 

Segundo delegado, depoimento do proprietário teve diversas contradições de como a arma foi parar nas mãos do adolescente que fez os disparos contra colegas de sala de aula.




O dono da arma usada em um tiroteio que matou um aluno e deixou três feridos em uma sala de aula no início de outubro em Sobral, no interior do Ceará, foi preso na manhã desta quarta-feira (19). A arma tinha registro de Colecionador, Atirador e Caçador (CAC).

Antônio Felipe de Sousa, 33 anos, está detido na delegacia de Sobral. O estudante Júlio César de Souza Alves, 15 anos, morreu em 8 de outubro, três dias após o tiroteio que o baleou na cabeça. Outros dois estudantes baleados receberam alta.

Nesta quarta, foram cumpridos mandados de prisão e mandado de busca e apreensão.

Ao buscarem a origem da arma de fogo e como o item foi parar com o adolescente, os policiais identificaram Antônio, que prestou depoimento aos agentes.

Contradições no depoimento

No depoimento, o suspeito apresentou "diversas contradições, diversos fatos que não foram devidamente comprovados", apontou o delegado-geral adjunto da Polícia Civil, Márcio Gutierrez.

Antônio argumentou que a arma fora retirada do carro dele poucos dias antes do tiroteio. Contudo, a investigação apontou que ele tentava se desfazer da arma de fogo "havia meses", tendo, inclusive, tentado vendê-la no mercado informal.

Além disso, a apuração policial indicou que o adolescente teria se apoderado da arma bem antes do dia apontado pelo proprietário do item.

"Com base nessas contradições e na possibilidade de ele estar descartando provas e atrapalhando as investigações, a Polícia Civil representou por esse mandado de busca e apreensão e também de prisão temporária", afirmou Gutierrez.

A polícia recolheu material eletrônico e o documento da arma, apreendida, para investigar como o item saiu das mãos do proprietário e chegou ao adolescente que disparou os tiros.

O proprietário da arma ficará preso por 30 dias, sem direito a fiança. "Se a autoridade policial entender que é necessária uma extensão, ele vai representar ou pela conversão desse mandado para prisão preventiva ou então pela extensão desse mandado por mais 30 dias", destacou.

Alegação de bullying

Em relato a policiais, o estudante de 15 anos que fez os disparos disse que sofria bullying dos colegas. A Secretaria da Educação afirma que não há registro da prática entre os alunos. A mãe de um dos alunos baleados também nega a realização de provocações.

O aluno que efetuou os disparos e os três estudantes baleados são todos da mesma sala de aula, da escola Carmosina Ferreira Gomes.

O prefeito da cidade, Ivo Gomes, afirmou que as escolas municipais de Sobral terão câmeras de segurança.

G1

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