Ceará: Preço da gasolina deve ultrapassar R$ 6 a partir de janeiro

 Um aumento de R$ 0,70 está previsto em razão da derrubada da isenção dos tributos federais; valor pode chegar a R$ 6,49



Com o fim da isenção temporária dos tributos federais incidentes sobre os combustíveis, o preço local do litro da gasolina deverá sofrer acréscimo de R$ 0,70. A volta da cobrança fará, portanto, com que a cifra do produto ultrapasse o patamar de R$ 6,00, a partir de 1º de janeiro próximo, no Ceará. 

A estimativa é do assessor de assuntos econômicos do Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo do Ceará (Sindipostos-CE), Antonio José. 

Nesta terça-feira (27), já é possível observar o litro da gasolina vendido por R$ 5,79. Com o repasse dessas tarifas, os postos de combustíveis que praticavam esse preço poderão elevá-lo para R$ 6,49, por exemplo.

Contudo, segundo a Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), até o último dia 24 de dezembro, o custo médio da gasolina era de R$ 4,90, enquanto o mínimo marcava R$ 4,72 e o máximo R$ 5,50, no Ceará. 

Na prática, no entanto, os consumidores percebem valores já superiores em majorações recentes, mesmo sem reajustes anunciados pela Petrobras. 

Antonio José atribui as altas, neste fim do ano, ao aumento do custo do barril do petróleo no mercado internacional e a oscilações cambiais.

Segundo ele, "o mercado já quebrou o monopólio" da estatal, portanto, os postos também compram derivados de importadores diretos, que repassam essas variações. Antonio pondera, todavia, não haver estimativa de novas correções nos últimos dias de 2022.

ENTENDA A SITUAÇÃO

Em junho deste ano, houve o corte do Imposto Sobre Circulação de Mercadorias (ICMS) — que ocorreu por força da Lei Complementar 194/22. No Ceará, por exemplo, o tarifa do ICMS sobre a gasolina despencou de 27% para 18%. 

A mudança da alíquota foi articulada pelo presidente Jair Bolsonaro (PL), com o objetivo de reduzir o custo dos combustíveis antes das eleições. Naquele período, a Petrobras praticou diversas correções, consequentemente, a inflação disparou. 

Para estancar os aumentos, os impostos federais (PIS/Cofins e Cide) também foram alterados, mas com uma diferença: as alíquotas foram reduzidas apenas até o fim do ano. Já os percentuais dos estados serão menores definitivamente.

O alívio do peso tributário, contudo, não foi o suficiente, e a estatal precisou frear os reajustes em meio à pressão política. Com essas duas contenções, a classe média conseguiu observar o preço da gasolina cair nas bombas. 


Diario do Nordeste

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