Braço robótico apresentado a Lula é de escola pública de Acaraú com um dos melhores Ideb do Brasil

 A unidade localizada na cidade de Acaraú está entre as 30 escolas de melhor qualidade no país no Ensino Médio, conforme o Ideb de 2021.



Um braço robótico feito para auxiliar seres humanos em atividades nas quais não é possível estar presente ou precisam ser exercidas diante de algum tipo de risco. Foi esse o protótipo apresentado por alunos da rede pública do Ceará ao presidente Lula, ao ministro da Educação, Camilo Santana, e ao governador Elmano de Freitas, em visita ao Ceará, na sexta-feira (12).

O projeto é fruto de uma iniciativa da Escola de Educação Profissional Marta Maria Giffoni de Sousa, localizada em Acaraú. A unidade, que tem nota de 6,6  no Índice de Desenvolvimento da Educação Brasileira (Ideb), está entre as 30 escolas de melhor qualidade no país no Ensino Médio. 

O Ideb é um dos principais indicadores de qualidade educacional no Brasil e considera no seu cálculo o desempenho dos estudantes em Português e Matemática e as taxas de aprovação dos alunos entre um ano e outro.

O índice, registrado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), na escola em 2021, é o 5º melhor Ideb do Ceará no Ensino Médio e 21º entre todas as escolas no país nessa etapa do ensino. 

A escola profissionalizante, entregue em 2011, está localizada na cidade do Litoral Norte do Estado, e tem estrutura moderna no padrão estabelecido pelo Ministério da Educação (MEC). Segundo a direção, atualmente são 529 estudantes matriculados na unidade. 

CONTATO COM O PRESIDENTE

Na visita do presidente Lula, um dos projetos detalhados durante o percurso na Escola de Ensino Médio em Tempo Integral Johnson, em Fortaleza, foi o braço robótico desenvolvido pelos estudantes da Escola de Educação Profissional Marta Maria Giffoni de Sousa. 

O protótipo, chamado de Projeto Exoarm, pode ser manipulado remotamente para trabalhar em ambientes de riscos.

Conforme explicação dada ao presidente Lula e a comitiva que o acompanhava, uma das formas de operar o robô é por radiofrequência com até 1,5 km. Os dedos da armadura são motorizados e a peça pode ser programada para fazer funções repetitivas. 

Na apresentação Lula brincou com os estudantes “ele consegue segurar um ovo e quebrar?” e acrescentou: “O que vocês pretendem fazer com isso? leva para discussão nas universidades? Pretendem chegar a patenteá-lo?”. 

O presidente incentivou: “Porque é importante tentar fazer com que isso seja um produto utilizado pelos humanos que tem dificuldade de mexer com os braços. Acho que vocês não podem deixar de pesquisar ao sair da escola. Precisam continuar fazendo isso na universidade e quem sabe patentear”.

O projeto foi apresentado pelos estudantes do 3º ano, Gabriel Feitosa e Alex Sousa Vaz Filho, e pelo professor David Albuquerque, que é coordenador do curso de Eletromecânica e também responsável pelo Clube de Robótica na escola

MOMENTO DE DESTAQUE

Para Gabriel, 17 anos, a apresentação do projeto feita ao presidente da República e demais autoridades, “foi gratificante”. “Tive que estudar bastante sobre o assunto para tentar ampliar os meus conhecimentos. Foi diferente e foi uma sensação muito boa”, destacou. 

O outro estudante, Alex, 17 anos, ressaltou que “a experiência adicionou muito”, pois, segundo ele, “nunca imaginou que hoje a gente ia estar fazendo a apresentação de um trabalho para o presidente do país”.  

Os dois alunos relatam que na escola participam do clube de robótica. A pretensão de Gabriel é fazer Engenharia da Computação ou Medicina.  A de Alex cursar Engenharia Elétrica. 

O professor David Albuquerque, explica que a ideia do projeto partiu dos alunos. “Durante a pandemia eles viram que o ser humano estava em ambiente de risco. Através de conversas e de algumas reuniões, vimos o que a gente poderia tentar fazer para ajudar”, contou

Ele indica que o protótipo está em aperfeiçoamento. Mas “já é algo bem real”. Sobre a apresentação ao presidente, ele destacou que “foi um dia gratificante. É um trabalho árduo, difícil. E agora foi um dia feliz. Vê o que os meninos desenvolveram tendo visibilidade, gerando curiosidade”. 

A diretora da unidade, Mirele Rodrigues, reitera que o Projeto Exoarm já participou de uma feira estadual de ciência e ficou em 2º lugar. “Além de fomentar o protagonismo, pois é intenso no protagonismo juvenil, também reforça o interesse pela ciência”, ressalta. 


Diário do Nordeste

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