Escrivão morto pelo colega de trabalho deixa três filhos; prima da vítima pede justiça




Honesto, alegre, estudioso: assim descreve Mariana Almeida, prima de Francisco dos Santos Pereira, escrivão morto pelo colega de trabalho na madrugada deste domingo (14), em Camocim, Ceará. O policial deixa três filhos.

Ao g1 Ceará, a familiar disse que o mais novo ainda não completou um ano de idade. A mais velha tem entre 16/17 anos e o do meio tem sete. "A sensação que ficamos é de impunidade, injustiça. Foi muito cruel", desabafou.

Francisco é natural de Fortaleza, tinha cerca de 45 anos e mudou-se para Camocim quando passou para o concurso de escrivão na cidade. "Ele amava a profissão. Era uma pessoa muito honesta, justa", disse a prima, que mora em Caucaia, Região Metropolitana de Fortaleza (RMF).

Mariana, assim que soube das mortes, ligou para a irmã de Francisco. "Ela estava tentando encontrar equilíbrio para contar aos pais", acrescentou.

Os pais de Francisco já têm mais de 70 anos. A prima do escrivão ainda disse que a mãe dele sentia muito receio da profissão, principalmente pelos perigos que a envolvem.

"Ele estava se preparando para tentar um concurso para delegado. Era uma pessoa que sempre queria mais da profissão. E um colega de trabalho fazer isso, ficamos pensando em quem confiar", disse Mariana.

Entenda caso

Um policial civil matou quatro colegas de trabalho nesta madrugada, em Camocim, cidade do Norte do Ceará, a cerca de 350 quilômetros de Fortaleza.

Capitão Cleumir, da Secretaria de Segurança da cidade, disse ao g1 Ceará que o suspeito foi identificado como Dourado, inspetor da Civil. Ele estava de folga. Depois de atirar nos colegas, Dourado fugiu em um carro da polícia, mas abandonou o veículo e se entregou no quartel da Polícia Militar da cidade.

A Polícia Civil lamentou o caso, e identificou as vítimas como os escrivães Antônio Claudio dos Santos, Antônio José Rodrigues Miranda e Francisco dos Santos Pereira, e o inspetor Gabriel de Souza Ferreira.

O Sindicato dos Policiais Civis de Carreira do Estado do Ceará (Sinpol) emitiu nota. "Infelizmente famílias estão devastadas e destruídas, são filhos que não terão mais seus pais, esposas que não encontrarão mais seus maridos e mães, que nesse dia tão significativo, não terão mais seus filhos para abraçar, beijar", lamentou a entidade.

"Nos solidarizamos com todas as famílias que estão sofrendo, com todos os colegas que perderam seus companheiros de trabalho. Nos solidarizamos com todos os Policiais Civis neste momento ímpar de dor. Que Deus possa confortar seus corações", complementou o Sinpol Ceará.

Governador lamentou o caso

O governador do Ceará, Elmano de Freitas (PT), lamentou as mortes. "Estou absolutamente consternado diante do trágico episódio ocorrido na Delegacia de Camocim, quando quatro policiais civis perderam a vida após ataque de um colega, segundo registro policial", disse o governador.

"Manifesto a minha solidariedade às famílias, amigos e profissionais da Segurança Pública do Estado. O Governo do Ceará dará todo o apoio necessário aos familiares das vítimas", complementou Elmano.

G1

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