Grávida, recenseadora do IBGE já colaborou em quase 800 questionários do Censo 2022

 Com 36 semanas de gestação, a recenseadora conta sobre a importância do Censo no mapeamento socioeconômico do Brasil



A recenseadora do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Shirley de Souza, de 24 anos, é destaque entre os 70 agentes que colaboram no desenvolvimento do Censo Demográfico 2022, no município de Itapipoca, a 139,9 km de Fortaleza. Com 36 semanas de gravidez e, quase chegando à reta final da gestação de seu primeiro filho, a mulher já realizou 785 questionários em cinco setores censitários diferentes, todos concluídos.

De segunda a sexta-feira, em horário comercial, Shirley percorre as ruas da cidade levando o pequeno Fred Arthur no ventre. Para ela, a oportunidade de atuar como recenseadora surgiu em momento financeiramente instável.

“Eu estava desempregada e vi que havia aberto as inscrições para o concurso temporário de recenseadores do IBGE, me inscrevi. Para mim, era uma opção e uma oportunidade para o momento, já que estava parada e sem trabalhar”, conta Shirley.


No entanto, até o momento de participar do concurso, que ocorreu entre fevereiro e março deste ano, ela ainda não tinha descoberto a gravidez. Somente dias após ter feito a prova, ela soube da notícia. Apesar da surpresa, a reação foi positiva e, segundo Shirley, foi um motivo a mais para continuar com o desejo de continuar trabalhando.

“Quando descobri a gravidez, em nenhum momento pensei em desistir, até mesmo porque estava com muitas expectativas para trabalhar no IBGE, que é um instituto de pesquisa muito importante para o nosso País. Queria muito fazer parte da coleta do Censo Demográfico de 2022, o que, para mim, foi uma boa experiência, já que é a partir dele que podemos saber quem somos, como somos e quantos somos”, destacou a recenseadora.

Shirley afirma que, apesar de ser mãe de primeira viagem, não havia o que temer, pois nunca observou a gravidez como “uma doença ou um problema”, e sempre trabalhou bravamente para garantir o próprio sustento. Porém, sempre tomou os devidos cuidados e realizou todos os acompanhamentos médicos exigidos para assegurar a sua saúde e a do bebê.

Já quanto ao trabalho como recenseadora, não é a primeira vez que Shirley trabalha em parceria com o IBGE. “Na primeira vez que fui recenseadora, tinha 19 anos, atuei no Censo Agropecuário, de 2017 a 2018. Agora, em 2022, estou como recenseadora do Censo Demográfico, foi uma experiência diferente, porém sinto que estou fazendo parte da coleta de uma pesquisa muito importante para o Brasil”, pontua.

A recenseadora conta ainda que, muitas vezes, enfrentou dificuldades nas estradas em que andou para responder os quase 800 questionários, como visitar lugares de difícil acesso - até mesmo para se alimentar, pessoas agressivas e até a falta de informação sobre o papel do Censo. Contudo, nenhum desses fatores a fez deixar de lado seus objetivos.

“Ainda assim, me sinto muito feliz por estar contribuindo com o meu País. Sei que não é algo fácil, não só para mim, como para os demais recenseadores. A gente vive uma luta diária de muita resistência e de falta de informação por parte dos moradores, mas precisamos insistir e convencer sobre a importância do Censo para o planejamento de políticas públicas para o País e, principalmente, para os municípios em que estamos atuando”, afirma Shirley.


O Povo

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