Famílias brasileiras estão mais endividadas, aponta pesquisa




As famílias brasileiras relatam que estiveram mais endividadas em março deste ano, conforme revela a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), realizada mensalmente pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). Só no último mês, cerca de 78,1% das famílias afirmaram ter dívidas a vencer, o que representa um aumento de 0,2 ponto percentual em relação a fevereiro.

De acordo com o presidente da CNC, José Roberto Tadros, a diminuição dos juros tende a aumentar a procura por crédito. “O momento mais favorável dos juros, com menor custo, tem contribuído para uma maior demanda das famílias por crédito, sobretudo, parcelado”, afirma. Segundo o Banco Central, o saldo das operações de crédito para pessoas físicas subiu 1,1% só em janeiro deste ano.

Os consumidores considerados “muito endividados” registraram aumento de 0,1 ponto percentual. Por outro lado, cresceu, em 0,2, o número de famílias consideradas “pouco endividadas”. A quantidade de famílias com dívidas atrasadas também aumentou, em 0,5%, após cinco meses em queda, alcançando 28,6% das famílias. Entretanto, o indicador manteve-se abaixo do registrado em março de 2023 (29,4%).

INADIMPLÊNCIA

Para a economista da CNC, Izis Ferreira, há também um crescimento da inadimplência entre as famílias. “A alta da inadimplência também é vista pelo crescimento do percentual de famílias que afirmam que não terão condições de pagar as dívidas atrasadas em março, que é o grupo mais complexo dos inadimplentes. Nesse caso, o percentual já supera o do mesmo mês do ano passado”, destaca.

As famílias consideradas de baixa renda, aquelas que têm até 3 salários mínimos, impulsionaram o endividamento no mês, chegando a 79,7%. Já os outros grupos apresentaram redução ou estabilidade no percentual. Além disso, a faixa de famílias com menor renda foi responsável pelo aumento das dívidas em atraso, na comparação mensal, um acréscimo de 0,6%

Além disso, o aumento das famílias que não terão condições de pagar as dívidas em atraso ocorreu apenas nas faixas de renda intermediárias, de 3 a 5 e de 5 a 10 salários mínimos. A faixa de baixa renda apresentou a maior necessidade de recorrer ao crédito, assim como a maior dificuldade de amortizar as suas dívidas. Porém, revelou melhora do indicador de expectativa para pagar essas contas atrasadas, reflexo dos programas sociais e de auxílio ao crédito.




Opniao CE

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