Acaraú e outros dois municípios cearenses têm grandes chances de sofrer terremotos nos próximos 50 anos, diz estudo

 


Segundo o também pesquisador do estudo, o doutorando do Programa de Pós-Graduação em Geodinâmica e Geofísica da UFRN, Augusto Fonsêca, as regiões citadas são historicamente propícias aos eventos sísmicos e as razões estão relacionadas a alguns fatores, entre eles as falhas geológicas. “O que a gente pode dizer é que a sismicidade é maior, a região da crosta é mais frágil. Nessas zonas de fraqueza maior, é onde terremotos podem ocorrer mais. A razão, no entanto, ainda é motivo de estudo”, explica.

O pesquisador também destaca que o intervalo de tempo de 50 anos utilizado no estudo não está relacionado às próximas cinco décadas. “Não estamos prevendo para os próximos 50 anos. Nós utilizamos essa janela de tempo para encontrar essas probabilidades”, informa. Augusto afirma ainda que, caso o período exemplificado seja colocado em outro ano com o mesmo intervalo de tempo e as mesmas premissas, os resultados seriam os mesmos.

Ceará tem o menor número de abalos sísmicos em dois anos

O Ceará registra o menor número de abalos sísmicos em dois anos. Entre os meses janeiro e maio deste ano, o Estado teve 14 eventos sísmicos. No mesmo período no ano passado, a região contabilizou 32 eventos, enquanto em 2022, o número foi de 42 ocorrências. Os dados são do Laboratório de Sismológico (LabSIS), da UFRN.

Neste ano, foram registrados eventos de magnitude de 1.5 até 2.4. Os municípios que registraram os eventos foram: Jaguaretama, Camocim, Santana do Acaraú, Maranguape, Ipaumirim, Pereiro, Tejuçuoca, Maranguape e Jaguaribe. Ao longo do ano passado, o Ceará registrou o total de 52 abalos sísmicos. Já em 2022, o quantitativo foi de 64.

O pesquisador da Rede Sismográfica Brasileira, Augusto Fonseca, destaca que os eventos são originários de atividades antrópicas ações realizadas pelo homem , assim como eventos naturais. “Os sismos de magnitude menor são muito mais frequentes do que os de magnitude maior. É normal que os terremotos sejam registrados mensalmente ou até mesmo semanalmente em determinadas regiões onde as atividades são maiores porque as falhas geológicas se movimentam mais, ou seja, o chão está sempre vibrando”, comenta o pesquisador.

Diante dos eventos, há a probabilidade de ocorrência capazes de causar riscos imensos, como prejuízos humanos, danos a edificações, perdas econômicas e impactos ambientais. “O preparo não é uma função do laboratório. O que a gente alerta a Defesa Civil e demais autoridades competentes diante dos estudos”, comenta o coordenador do LabSIS, Aderson Nascimento.

Em relação aos danos as regiões, o pesquisador comenta que vai depender das estruturas que a região possui, como o tipo de construção, a distância que ela está das ocorrências. Em locais mais próximos dos eventos, é possível que tenha danos mais graves. O estudo cita que, em casos mais graves, há a possibilidade de destruição de casas e que quanto mais preparadas as regiões menores as consequências.



O Povo

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